A Sinhá era esposa de um diplomata português nos EUA. Fora casa por obrigação e estava longe de ter algum afeto por aquele homem vaidoso, muito mais velho que ela. Era muito coquete e odiava o dito novo mundo, longe das cortes européias. Flertava e tinha vários casos extra conjugais. Tinha uma linda filha de uns 12 anos que era sua esperança de voltar para Europa e ficara grávida várias vezes, mas abortava com ajuda de uma escrava que lhe dava ervas. Se envolveu com um escravo mulato, filho de um pirata Irlandês e uma escrava de sua fazenda. O rapaz era bonito, polido, escravo de dentro de casa, como se dizia. Se apaixonou por ele e dele engravidou, mas não conseguiu abortar a criança, pois esta foi uma conjuração de uma escrava que tinha uma filha médium, a sinhá muito cristã mandou matar a filha do "demônio" e a escrava irada jurou vingança. Usando de vudu, fez a sinha ter uma filha igual a sua. Sorte, no início da menina que nasceu mais parecida com o pirata do que com qualquer outro ser e ainda com os traços da irmã mais velha, assim foi fácil dizer ao marido que ela era sua. Mas o homem tinha repulsa pela pequena e total adoração pela mais velha. Este por sua vez estava acostumado a deitar com escravas e tinha muitos filhos bastardos, que só não eram mortos pela sinhá, porque achava divertido usá-los de escravos. Com a troca de favores entre sinha e o escravo, ele tinha alguns bens e dela roubou outros, se envolvendo em jogatina e por causa dela morrendo anos depois. O problema é que a sinha embora confiasse na negra das ervas, tinha surtos de humor e descontava nesta tembém que ficava mortificada de raiva, amando sua sinhá e ao mesmo tempo lhe rogando toda sorte de pragas. Era legítimo caso de muitas histórias de vidas passadas e de amor-ódio.
Quando a menina chegou aos seis anos começou a tagarelar sobre coisas do além, mas como era sua filha e definitivamente não sabia quem era o pai dentre seus amantes, não teve corágem de matá-la, mas seu ódio, nojo e loucura a faz colocar a própria filha a ferros presa em um quarto e disse para mais velha que a irmãzinha tinha morrido de febre. A criança foi crescendo e nem sempre a mucama das ervas podia lhe levar alimento e trocar suas necessidades, assim o escravo dileto também começou a ter acesso a menina, sem saber ser esta sua filha. Quando ela completou 9 anos iniciaram os abusos em troca de restos de comida. Quando a menina fez 13 anos ela engravidou e a Sinhá enlouqueceu. Mandou ministrar as ervas para livrá-la da maldição. mas isso levou por hemorragia e problemas de corrosão de estômago a menina a morte. Para ninguém saber e já tomada de loucura, mandou matar seu escravo, que conseguiu fugir levando todas as suas jóias. Mandou açoitar a escrava e o alarde foi tanto que a filha mais velha descobriu o fato. Entrou em depressão e faleceu de tuberculose. Quando a segunda filha morreu ela intentava matar a escrava, pois a culpava de tudo. Mas esta veio até ela com a refeição cheia de veneno e enquanto rolava de cólicas lhe amaldiçoando outra escrava vê e vai pedir socorro, nisso entra o capitão do mato, o feitor que pega a escrava e a faz comer toda comida envenenada que sobrou resultando na morte de ambas. A menina que morrera anos antes saiu louca do veneno e em farrapos como um espirito rastejante. Foi encontrada por seu caveira comendo restos numa encruzilhada. Ela já era a Rainha dos Cruzeiros e se aliviava o desespero e a dor terrível da alma em cada milho ou pipoca que colocava na boca. Apois se purificar em muitos tronos do embaixo não reassumiu seu trono mas foi levada para 6 dimensão direto para tratamento e la ficou não aceitando qualquer ligação com a vida que tivera, mas esta para ser curada precisava ser lembrada o que aconteceria numa vida bem adiante após a virada do segundo milênio.
Já a escrava, por ter feito tudo por obrigação e não porque gostava de usar errado as ervas, mas tendo também ficado fora de si fora servir na falange de Mulambo, se tornando a Mulambo das almas, resgatando todos que morreram por suas ervas ou vítimas de maus tratos, todos escravos e serviçais. Já a Sinhá ficou 300 anos no umbral, vendo sempre o mesmo vestido que de tanto penar virou um farrapo e tinha que juntar todos miseráveis que encontrava pelos cruzeiros da vida gerando uma enorme falange. Quando mais consciente pediu perdão a escrava que condicionou seu perdão a um retorno a carne onde a Sinhá seria sua filha e com ela aprenderia a não fazer o que fazia os outros passarem em outra vida. A escrava nasceu mãe e guiada por seu pai um espírito de direta da luz, que lhe deixou sua função: ser agente funerário e assim foi durante toda sua vida. Sua filha acabou casando novamente com o diplomata que se tornou jornalista social, mas mantinham as mesmas dificuldades de outra vida com um porém, nunca conseguiram ser infiéis um ao outro, vivando uma vida infeliz na ligação íntima mas sem traições, graças a criação excessivamente cristã da escrava sobre a sinhá. A menina foi chamada na sexta dimensão pois sua mãe queria seu perdão, mas ela já o havia dado e não queria voltar, não queria lembrar da dor. Mas a escrava pedira por si, pois amava a menina e precisava que isso fosse feito e uma missão espiritual foi dada a esta também. Assim ela voltou, neta da escrava, mãe de sua irmã que morreu de tuberculose e filha da Sinhá novamente. Missão dificil que ainda esta sendo vivida, a Sinhá aceitar a mediunidade da filha, não querer ser mãe de sua neta e não enlouquecer de culpa por sua mãe. Mas Maria Farrapo, como ficou conhecida no além, a Sinhá, ja teve muitos aprendizados, ainda terá uns tantos, sempre usando roupas dadas por outros, mesmo tendo posses para adquirir os seus. Ela esta longe de ser benevolente mas nos seus aprendizados se tornou a mais avida obreira da falange de Mulambo fazendo caridade com órfãos, negros e a quem a ela apelar. Nunca peça para ela algo ruim, pois ainda não curou a Ira e lhe ensinará a não pedir maldades de forma bastante forte. Já, Mulambo das almas esta na porta de saída desta encarnação neste exato momento em que escrevo esta história (é interessante que o criador para ensinar nos torna testemunhas da vida). Morte lenta, com problemas de pulmão e estômago ainda como manda sua culpa de venenos, mas com a alma muito lavada por uma vida inteira de caridades tanto para os mortos que preparou e enterrou com esmero, mas também para com todas pessoas que ajudou. Muito me orgulho dela e amo profundamente. Este texto é um agradecimento e uma forma de homenagear esta senhora dos tronos de esquerda.
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